segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A violência é uma derrota



"A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota". Jean-Paul Sartre
Penso que a violência é sempre um grande sinal de que, esgotados os argumentos sólidos e incontestes, apela-se para essa estupidez que é a violência. Em última análise, a violência é a expressão física da ignorância latente, que aflora ao ser confrontada com a razão e o equilíbrio. Boa noite a todos...!!! JP

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Caráter

"Caráter é o que somos, reputação é aquilo que os outros pensam que somos".
Esta diferença é mostrada em um poema escrito por William Davis.
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Preocupo-me, tão somente, em fortalecer dia a dia o meu caráter, forjando-o na lavra da vida.
Quanto à reputação, que cada um pense o que quiser...
Já houve tempo em que a falta de maturidade e experiência me causava inquietação quando a minha reputação
corria risco de ser avaliada de forma negativa. Quando percebi a grande diferença entre caráter e reputação, passei a ignorar solenemente a "avaliação" dos outros, principalmente porque as únicas avaliações que realmente importam são: a própria (auto-avaliação) e a de Deus, quando se trata da personalidade de uma pessoa.

Jorge Paulo

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Convite

Olá!
Leia abaixo o convite que lhes faço.

Conheça o meu outro Blog:
http://jotapefrases.blogspot.com.br

sábado, 11 de agosto de 2012

Passar pela vida

Como dizia o poeta
Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não.
Vinícius de Moraes

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Reflexões...

Podemos acreditar que tudo que a vida nos oferecerá no futuro é repetir o que fizemos anteriormente. Mas, analisando-se melhor, vamos nos dar conta de que nenhum dia é igual a outro. Cada dia traz uma novidade, um aprendizado, o qual devemos aproveitar. Se não usamos o que aprendemos a cada dia, isso vai se perder.
É preciso viver cada segundo porque ele não volta e o que assimilamos nos ajuda a tomarmos as decisões que temos que tomar. Nunca podemos deixar que cada dia seja ou pareça igual ao anterior porque todos os dias são diferentes. Somos seres mutáveis e adaptáveis. Como já foi dito: a água de um rio que nos banhamos não é a mesma de ontem e jamais será a de amanhã.
Sabedoria é prática. Um pouco de alguma coisa é melhor do que muito de nada. O único modo de evitar os erros é adquirindo experiência. No entanto, a única maneira de adquirir experiência é cometendo erros. Paradoxal, não é mesmo? Mas o grande desafio é ultrapassarmos os paradoxos e os paradigmas.
Não sejamos inflexíveis, rígidos. A rigidez é boa na pedra, não no ser humano. A ele cabe a firmeza, o que é muito diferente.
O importante é irmos vencendo, a cada dia, as pequenas batalhas que se apresentam, pois como disse Santo Agostinho: "Enquanto houver vontade de lutar haverá esperança de vencer".
Boa noite a todos...!!! Paz e Luz...!!!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Verdades...

"As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras". Nietzsche

De fato, as visões cristalizadas, as opiniões ancoradas na vaidade pessoal, na falta de modéstia para aprender, são extremamente podadoras da criatividade e do livre pensar. Não podemos, jamais, esquecer que somos todo o tempo, alunos e professores, discípulos e mestres. Ninguém sabe tudo, ninguém é dono da verdade.

Algumas visões míopes que fazemos dos outros e que, muitas vezes, fazem de nós, somente atrapalham o relacionamento humano.
Lembremos das palavras do grande filósofo: "A única coisa que sei é que nada sei".

A sabedoria de Sócrates residia na consciência dos limites do seu próprio saber, numa tomada de consciência do próprio "não saber". Só aquele que tem consciência da sua própria ignorância procura o saber. Aquele que julga que tudo conhece, contenta-se com o saber que possui. Os sofistas que tudo afirmam saber, são os mais ignorantes de todos, dado que desconhecem a sua própria ignorância. JP

domingo, 17 de junho de 2012

Dizendo não ao mal


"Desde que alberguemos uma única vez o mal, este não volta a dar-se ao trabalho de pedir que lhe concedamos a nossa confiança". Franz Kafka

Efetivamente, depois que se pensa e se põe em prática o mal, ainda que no estágio embrionáro de nossos pensamentos, não haverá mais necessidade deste mesmo mal pedir licença para, mais uma vez, adentrar em nossos espíritos.
Jamais permitamos, pois, que o mal faça parte de nós... de nossas vidas... de nossas escolhas e ações. JP

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Pesquisa anônima

Acho interessante saber como as pessoas entendem as questões sociais de nosso país, bem como vêem a capacidade do povo brasileiro de escolher os candidatos nas eleições, em todas as esferas políticas.
Por isso, criei uma pesquisa extremamente simplificada, com 3 questões e 4 opções de respostas.
Esta mini-pesquisa não leva mais do que 2 minutos para ser respondida e, ao final, você poderá acompanhar como está o resultado da mesma. Além disso, caso se interesse, basta pedir-me maiores detalhes a respeito dos resultados.
Pode responder sem problema nenhum, posto que a pesquisa é anônima e você não precisa de nenhuma providência anterior para poder respondê-la.
Apesar de simples, é uma pesquisa séria e interessante, principalmente por suas características.
Clique no link abaixo e boas escolhas...!!! Você vai ver como é rápido e fácil participar...!!!

http://www.surveymonkey.com/s/BWVPJ7F

sábado, 26 de maio de 2012

Há momentos

Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.
Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.
O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.
Clarice Lispector

sábado, 19 de maio de 2012

Um pequeno aviso

Não deixe de conhecer o meu outro Blog, onde compartilho pequenas grandes frases, e procuro comentar algo sobre elas.
Aguardo sua visita em http://jotapefrases.blogspot.com

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Palco da vida


Palco da vida – Fernando Pessoa
Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo. E você pode evitar que ela vá a falência. Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você. Gostaria que você sempre se lembrasse de que ser feliz não é ter um céu sem tempestade, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem desilusões.
Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para falar “eu errei”. É ter ousadia para dizer “me perdoe”. É ter sensibilidade para expressar “eu preciso de você”. É ter capacidade de dizer “eu te amo”.
É ter humildade da receptividade. Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz…
E, quando você errar o caminho, recomece.
Pois assim você descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Usar as perdas para refinar a paciência. Usar as falhas para lapidar o prazer. Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Jamais desista de si mesmo.
Jamais desista das pessoas que você ama.
Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um obstáculo imperdível, ainda que se apresentem dezenas de fatores a demonstrarem o contrário.
“Pedras no caminho?
Guardo todas; um dia vou construir um castelo…”

Oração do Amigo

Oração do Amigo

Senhor, eu te dou graças
pelo amigo que me deste.
É através de sua presença
que tu ficas ao meu lado.
Olhando para seus olhos,
descobri o sentido profundo
que se oculta no teu próprio olhar!
Deixando-me cativar
pelo seu contagiante sorriso,
aprendi também a sorrir.
Ouvindo suas confidências sinceras,
aprendi a escutar tua voz.
Recebendo tantas provas de carinho,
aprendi a amar os que convivem comigo.
Partilhando a vida, a fé, os erros,
as lágrimas e as alegrias,
eu te admirei no rosto sereno do meu amigo.
Graças te dou, meu Deus,
porque te revelas
em gestos tão humanos
que posso experimentar-te sempre
na pessoa deste amigo que me ama!
Faze que ele seja muito feliz
e que eu te encontre sempre
na transparência de nossa amizade.
Amém!

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Obesidade Mental

Obesidade Mental 

O prof.  Andrew Oitke publicou o seu polêmico livro «Mental Obesity», que revolucionou os campos da educação, jornalismo e relações sociais em geral.
Nessa obra, o catedrático de Antropologia em Harvard introduziu o conceito em epígrafe para descrever o que considerava o pior problema da sociedade moderna.
«Há apenas algumas décadas, a Humanidade tomou consciência dos perigos do excesso de gordura física por uma alimentação desregrada.
Está na altura de se notar que os nossos abusos no campo da informação e conhecimento estão a criar problemas tão ou mais sérios que esses.»
Segundo o autor, «a nossa sociedade está mais atafulhada de preconceitos que de proteínas, mais intoxicada de lugares-comuns que de hidratos de carbono.
As pessoas viciaram-se em estereótipos, juízos apressados, pensamentos tacanhos, condenações precipitadas.
Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada.
Os cozinheiros desta magna "fast food" intelectual são os jornalistas e comentadores, os editores da informação e filósofos, os romancistas e realizadores de cinema.
Os telejornais e telenovelas são os hambúrgueres do espírito, as revistas e romances são os donuts da imaginação.»
O problema central está na família e na escola.
«Qualquer pai responsável sabe que os seus filhos ficarão doentes se comerem apenas doces e chocolate.
Não se entende, então, como é que tantos educadores aceitam que a dieta mental das crianças seja composta por alguns desenhos animados, videojogos e pasme-se, telenovelas de gosto mais que duvidoso.
Com uma «alimentação intelectual» tão carregada de adrenalina, romance, violência e emoção, é normal que esses jovens nunca consigam depois uma vida saudável e equilibrada.»
Um dos capítulos mais polêmicos e contundentes da obra, intitulado "Os Abutres", afirma:
«O jornalista alimenta-se hoje quase exclusivamente de cadáveres de reputações, de detritos de escândalos, de restos mortais das realizações humanas. 
A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular.»
O texto descreve como os repórteres se desinteressam da realidade fervilhante, para se centrarem apenas no lado polêmico e chocante.
«Só a parte morta e apodrecida da realidade é que chega aos jornais.»
Outros casos referidos criaram uma celeuma que perdura.
«O conhecimento das pessoas aumentou, mas é feito de banalidades.
Todos sabem que Kennedy foi assassinado, mas não sabem quem foi Kennedy.
Todos dizem que a Capela Sistina tem teto, mas ninguém suspeita para o que ela serve.
Todos acham que Saddam é mau e Mandela é bom, mas nem desconfiam porquê.
Todos conhecem que Pitágoras tem um teorema, mas ignoram o que é um cateto».
As conclusões do tratado, já clássico, são arrasadoras.
«Não admira que, no meio da prosperidade e abundância, as grandes realizações do espírito humano estejam em decadência.
A família é contestada, a tradição esquecida, a educação abandonada, a cultura banalizou-se, o folclore entrou em queda, a arte é fútil, paradoxal ou doentia.
Floresce a pornografia, o cabotinismo, a imitação, a sensaboria, o egoísmo.
Não se trata de uma decadência, uma «idade das trevas» ou o fim da civilização, como tantos apregoam.
É só uma questão de obesidade.
O homem moderno está adiposo no raciocínio, gostos e sentimentos.
O mundo não precisa só de reformas, desenvolvimento, progressos.
Precisa, sobretudo, de dieta mental.»

domingo, 22 de abril de 2012

O QUE EU NÃO QUERO...


O QUE EU NÃO QUERO...
                                                 (Mário Quintana)
 "Não quero alguém que morra de amor por mim...
Só preciso de alguém que viva por mim,
que queira estar junto de mim, me abraçando.
 
Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo,
quero apenas que me ame,
não me importando com que intensidade.
 
Não tenho a pretensão de que todas
as pessoas que gosto, gostem de mim...
Nem que eu faça a falta que elas me fazem.
O importante pra mim é saber que eu,
em algum momento, fui insubstituível...
E que esse momento será inesquecível...
Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso
estampando em meu rosto,
mesmo quando a situação não for muito alegre...
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz
para os que estiverem ao meu redor.
 
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...
E poder ter a absoluta certeza de que esse alguém
também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.
 
Queria ter a certeza de que apesar
de minhas renúncias e loucuras,
alguém me valoriza pelo que sou,
não pelo que tenho...
 
Que me veja como um ser humano completo,
que abusa demais dos bons sentimentos
que a vida lhe proporciona,
que dê valor ao que realmente importa,
que é meu sentimento... e não brinque com ele.
 
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude,
para que eu nunca cresça,
para que eu seja sempre eu mesmo.
 
Não quero brigar com o mundo,
mas se um dia isso acontecer,
quero ter forças suficientes para
mostrar a ele que o amor existe...
Que ele é superior ao ódio e ao rancor,
e que não existe vitória sem humildade e paz.
 
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar,
amanhã será outro dia, e se eu não desistir
dos meus sonhos e propósitos, talvez obtenha  êxito
e serei plenamente feliz.
 
Que eu nunca deixe minha esperança
ser abalada por palavras pessimistas ...
Que a esperança nunca me pareça um "não"
que a gente teima em maquiá-lo de verde
e entendê-lo como "sim".
 
Quero poder ter a liberdade de
dizer o que sinto a uma pessoa,
de poder dizer a alguém o quanto ele
é especial e importante pra mim,
sem ter de me  preocupar com terceiros ...
Sem correr o risco de ferir uma
ou mais pessoas com esse sentimento.
 
Quero, um dia, poder dizer
às pessoas que nada foi em vão ...
que o amor existe, que vale a pena
se doar às amizades e às pessoas,
que a vida é bela sim,
e que eu sempre dei o melhor de mim
... e que valeu a  pena!!!

sábado, 7 de abril de 2012

Ressurreição, tempo de misericórdia.


Ressurreição, tempo de misericórdia.



O tempo é de ressurreição. Já não podemos mais ouvir os gritos do calvário, o movimento curioso de quem desejava a tragédia, a morte pública e cruel. O que temos é o jardim vistoso sugerindo primaveras. A vida revestida de cores mansas como se uma chuva miúda devolvesse aos poucos o frescor que combina com as manhãs.

O que me instiga em tudo isso é a falta de provas para o fato. O sepulcro estava aberto, vazio. Mas isso não era o suficiente para que a ressurreição fosse proclamada. Alguém poderia ter roubado o corpo. Não faltariam incrédulos para essa suspeita.

A certeza da ressurreição não consiste em provas materiais para o fato. A imposição dessa verdade não passa pela materialidade do mundo, nem tampouco pode ser explicada através das claras regras que foram postuladas por nossa razão cartesiana.

Estamos falando de algo maior, superior. O que despertou o grito da ressurreição foi o encontro dos olhares de quem havia estado com Ele. Foi o momento em que João reconheceu em Pedro a presença do Mestre. Resquícios esquecidos na alma, doação existencial que o configurava de forma renovada, como se tivesse nascido de novo.

"Ele está no meio de nós!" - A voz proclama. Grita o que ainda não compreende. Grita o que intui em mistério, o que descobre aos poucos. A alma reconhece na carne o milagre da continuidade. Os desdobramentos da Eucaristia celebrada dias antes se tornam evidentes. João vê na carne de Pedro a carne de Jesus. É o mesmo sangue, é a comunhão estabelecida. O sangue jorrado na cruz encontrou novas veias e por elas corre.

É o olhar epifânico ardendo como a sarça ardeu diante dos olhos de Moisés. Sarça humana, pupilas dilatas de alegria, incapacitadas de esconderem os olhos que estavam por trás dos olhos de Pedro. Olhos que deixaram de brilhar no calvário, mas que agora são reacendidos nos olhos do amigo que ficou. O apóstolo é a continuidade do Mestre. Simbiose que faz o agir ser o mesmo, como se uma costura atasse a vida de Pedro à vida de Cristo.

É o ser emprestado em sacramento, força que o altar atualiza e que a alma recebe prostrada, generosa. A sobrevivência do Cristo passa pela alma que o aceita. É preciso acolher o dom de ser ressurreto. Passa pela nossa carne esta mística que nunca terá fim. Não aceitá-la é o mesmo que viver a privação da felicidade. Não é possível ser feliz fora desta dinâmica. As religiões nos ensinam. É preciso aprender. O altar estendido é o banquete do encontro. O Cristo sentado à mesa nos ensina de forma simples e duradoura que é preciso crescer na ressurreição. Ele nos dá de comer. "Isto é o meu corpo". Ele nos dá de beber. "Isto é o meu sangue".

É Nele que nos transformamos. Quando por Ele nos decidimos, Dele nos tornamos continuidade. Cada um ao seu modo vive o seu processo. É estrada humana também. Jesus nos ensinou a humanidade antes de nos propor o céu. Por isso o aperfeiçoamento de tudo o que é humano é exercício de santidade. O pecado nos mata, mas a ressurreição nos socorre.

Viver e morrer são dinâmicas inevitáveis. Cada um sabe o tanto que morre. Cada um sabe o tanto que vive. As escolhas estão por toda parte.

Mas o Cristo está diante de nós. Em suas mãos não há outra coisa senão a sua Misericórdia. O motivo de sua morte é o motivo de nossa vida. Ele morreu porque quis nos ensinar que a justiça divina compreende também a sua capacidade de amar. Ele nos deu o direito de sermos íntimos do Pai. Ensinou caminhos simples, diretos, sem rodeios.

Ensinou que podemos ser santos, mesmo sendo proprietários de tantos defeitos. Ensinou que há sempre uma esperança escondida dentro de nós, e que procurar por ela é um jeito bonito que temos de colocar os nossos passos nas marcas de seus pés.

Neste tempo de Ressurreição queiramos a sua misericórdia.

 Eu quero. Queira também. Eternamente.

Padre Fábio de Melo