domingo, 13 de janeiro de 2013

O homem é o lobo do próprio homem.

O homem é o lobo do próprio homem.

Muito se aventou sobre a origem da sociedade humana, de como os homens estabeleceram pactos sociais para, aparentemente viverem numa paz forjada. Quando e como os homens saíram de um estado de natureza para criarem um contexto separado dela já queimou muita pestana. Pensadores, como John Locke, J-J Rousseau, Montesquieu e Thomas Hobbes, até que se esforçaram bastante para resolver esse imbróglio. Porém, este último cravou uma frase que gerou e ainda gera muita polêmica. Ele reescreveu uma frase do notável escritor latino Plauto, “o homem é o lobo do próprio homem”, ou seja, que, no estado natural, todos se opunham contra todos, que a lei era a dos mais fortes e que o restante era subjugado à força, sem direitos e com o ônus de produzir a subsistência dos mandantes. Numa certa época (que ninguém foi capaz de precisar quando) um pacto foi criado para proteger os mais fracos. Foi assim que surgiu o Estado. Como antes os homens eram perfeitamente iguais (Hobbes não explicou como então eram tão divergentes), desejavam algo que fosse regulador do direito de todos, pois todos tinham necessidades iguais e o mesmo instinto de autopreservação. Renunciaram então àquela liberdade do estado de natureza em função da tranquilidade do convívio em sociedade. O pacto firmado resolveria de vez as divergências e permitiria à sociedade evoluir. Tudo, porém, estaria resolvido se o Estado garantisse de fato uma paz duradoura entre os homens. Mas o que é esse Estado? Do que ele é constituído? Se outrora, a lei do mais forte era a que vigorava, agora é a lei do mais esperto? Os homens continuam lutando e competindo entre si, se aproveitando dos mais fracos, das minorias, tomaram de assalto a própria natureza e se distanciaram dela como se ela fosse um produto a ser negociado na feira. Os homens sempre precisaram da natureza, mas ela nunca precisou deles. Pelo contrário, essa espécie é das mais predadoras e, sendo assim, aquele pensador acertou em dizer que o homem é lobo de sua própria espécie. Em busca de riquezas, notoriedade, poder, capacidade de decidir sobre o destino da maioria, muitas pessoas, que não podem ser consideradas humanas, não relutam em retirar do seu caminho qualquer inconveniente. Todavia, em meio a tão vasto deserto, é possível encontrar oásis aprazíveis, com água fresca e sombra generosa.
Augusto Sperchi

Em tempos de tanta "competição", de tanta disputa, onde "os fins justificam os meios", reservo-me o direito de estar fora daquelas disputas que bestializam o homem e o torna muito mais feroz e violento do que os mais perigosos animais selvagens.
Ao longo da minha experiência de vida, pude ver, ouvir e até conviver com bestas-feras das piores espécies, porém consegui, graças a Deus e a meu caráter permanecer imune aos malefícios que tais bestas trazem para o verdadeiro convívio humano.
Jamais me curvei à selvageria e ao jogo sujo, onde se permite "pisar no pescoço" dos outros para conseguir um posto mais privilegiado ou um holofote direcionado para si mesmo.
Se o homem é o lobo do próprio homem, ele também pode ser um reflexo de um Ser Supremo, extremamente longe das atrocidades, fofocas, intrigas, violências de toda sorte que vemos grassando diuturnamente por aí...
JP